sexta-feira, 15 de maio de 2009

Kit Xenônio

A polêmica sobre a adaptação do KIT xenônio nos faróis comuns
Não obstante ter regulamentado o uso dos faróis de xenônio (Resolução 294) o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) continua reunindo a Câmara Temática que trata do assunto para discutir alguns pontos ainda conflitantes, prova de que o órgão não esgotou as discussões antes de publicar a Resolução. Cirilo Moscatelli, engenheiro eletrônico, gerente nacional de vendas da Osram, elucidou as principais questões técnicas que envolvem o assunto.
A crítica sobre a adaptação do "kit xenônio" nos faróis diz respeito à deturpação do projeto, que tem como base a intensidade luminosa da lâmpada utilizada. Como essa adaptação é feita em faróis comuns, produzidos para o uso de lâmpada halógena e não de xenônio (que ilumina três vezes mais), a distribuição da luz fica desconfigurada. Isso porque o farol tem componentes que distribuem as áreas que vão receber mais ou menos intensidade luminosa, como: a linha de corte horizontal, que não permite a luz ultrapassar determinada altura; a linha que abre em 15 graus a iluminação à direita, para iluminar o acostamento e as placas de sinalização; e a linha que corta o facho do lado esquerdo para impedir que a luz atrapalhe os motoristas que trafegam em sentido contrário. Com maior emissão de luz, essa distribuição, que deve obedecer às normas técnicas, é feita de forma absolutamente descontrolada e ofusca os outros motoristas, provocando insegurança.
Como as lâmpadas de xenônio só acendem com uma tensão elétrica muito forte, cerca de 20.000 volts, seu funcionamento exige uma parte eletrônica extremamente complexa. Tanta tensão elétrica circulando pelos cabos do automóvel exige o uso de filtros para impedir que esses pulsos elétricos atinjam o sistema eletrônico do carro e causem "defeito" em sistemas como o airbag, ABS e EBD. Experiências mostraram que muitos desses sistemas de partida do farol não estão adequadamente construídos para filtrar todos esses pulsos que circulam na parte elétrica do veículo. Os fabricantes estão pensando em cortar a garantia de veículos que tiveram o "kit xenônio" instalado.
Por emitir uma grande quantidade de luz, o farol de xenônio exige o uso de um sistema de regulagem que compense qualquer irregularidade do solo para impedir que a luz incida sobre os outros carros. Esse ajuste deve ser dinâmico, automático e sem interferência do motorista do veículo, que deve se preocupar com outras coisas. O ajuste de altura de fachos dos faróis tem de ser sempre automático, a fim de garantir segurança. O farol de xenônio não pode representar perigo em hipótese alguma.
O sistema de limpeza também é importante porque qualquer poeira em cima do farol provoca a dispersão de luz e consequentemente ofuscamento dos demais condutores. Imagine esse farol sujo.
Não existe no mercado uma forma de adaptar num veículo a regulagem automática e o lavador de faróis. Na Europa, existe a troca do sistema feito para lâmpadas halógenas por outro que atende as exigências do xenônio: novo farol, com refletores próprios para a lâmpada de xenônio e dispositivos de regulagem e limpeza. Porém, essa troca é muito dispendiosa.
Para quem deseja aumentar a eficiência do sistema de iluminação, há lâmpadas de alta performance que oferecem uma quantidade de luz maior (de acordo com as normas de trânsito) com a mesma potência das comuns. Uma dessas lâmpadas emite 90% mais luz que as convencionais na região de 50 a 75 metros, que é onde se concentra a visão do motorista. Também existem lâmpadas que corrigem a tonalidade da cor da luz, que produz um efeito mais estético do que de eficiência, deixando a luz do carro mais branca. Por tudo que foi explicado acima, é inviável aplicar a luz de xenônio sem prejudicar a segurança.
Fonte: Site do Trânsito (contato@sitedotransito.com.br) segunda-feira, 4 de maio de 2009

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