segunda-feira, 4 de maio de 2009

CASO DE BICAS

Um caso emblemático de imprudência e impunidade trazido à comissão emocionou os participantes. Foi o relato de uma professora aposentada (o nome foi omitido), que perdeu a única filha, o genro, as duas netas e uma tia em um acidente de trânsito em 5 de abril de 1996, uma sexta-feira da Semana Santa. Representantes de três gerações da família foram mortos em um acidente provocado por um "pega" entre um médico (nome omitido) e um industrial (nome omitido) na estrada entre Bicas e Mar de Espanha. Eles foram condenados em 2003 por homicídio doloso, mas ainda aguardavam em liberdade o julgamento de recursos. Ela conta que a imprensa se interessou pelo caráter inusitado do caso - que não envolveu garotos drogados, conforme destacou, mas um médico e um industrial poderoso. A professora denunciou a demora de mais de um ano no julgamento de habeas corpus impetrado pelo médico no Supremo Tribunal Federal (STF) - último recurso para evitar a prisão. Segundo a professora aposentada, só recentemente foi marcada a data do julgamento: dia 4 de dezembro de.....(ano foi omitido)
Requerimento aprovado solicita o envio das notas taquigráficas da reunião aos 11 ministros do STF, além de um pedido de justiça para o caso de Bicas. Também será anexada à documentação carta remetida a diversas autoridades pela professora, com críticas ao "engavetamento" da análise do habeas corpus.
"A tragédia despertou uma guerreira, uma profetisa da luta por justiça", destacou o deputado um deputado (nome omitido) ao se referir a professora. Emocionada, ela informou que o médico e o industrial já teriam usado os serviços de 137 advogados no intuito de não irem para a prisão. "Vocês não têm idéia do que o poder do dinheiro é capaz de fazer. Nossa pátria não nos protege como cidadãos; esta é nossa maior orfandade", lamentou ela, que também perdeu dois filhos e um neto, todos eles hemofílicos, vítimas de Aids, antes do acidente envolvendo a única filha.

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