segunda-feira, 4 de maio de 2009

APOIO FUNDAMENTAL

Encosto de cabeça pode evitar lesões em caso de acidente. O item, no entanto, não existe no assento central do banco traseiro da maioria dos carros
No passado, o encosto de cabeça nos veículos poderia ser considerado um luxo. Somente os automóveis mais caros tinham o equipamento, geralmente acoplado a bancos de couro. Os carros mais simples não traziam encosto no banco da frente e muito menos no de trás. E as pessoas viajam com a cabeça livre, apenas sustentada pelo pescoço. Não é difícil acham nas ruas carros sem nenhum encosto de cabeça.
Essa realidade mudou nos últimos anos. O apoio de cabeça virou item de série nos veículos brasileiros. A Resolução 44/1998 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) tornou obrigatória a instalação do encosto nos bancos dianteiros perto das portas e nos laterais traseiros, sendo facultativo nos assentos centrais. Por esse motivo, apenas os carros mais caros oferecem o terceiro apoio no banco traseiro como item de série. No resto dos modelos, pobre de quem se senta no meio.
A função do encosto não é simplesmente enfeitar o carro ou torná-lo mais confortável para os ocupantes. É evitar lesões e até salvar vidas em caso de acidentes, de maneira complementar ao cinto de segurança. O encosto previne lesões que o cinto não pode evitar na região da cabeça, como as causadas pelo efeito chicote, comum nas colisões traseiras. Trata-se do movimento brusco da cabeça para frente e para trás, com reflexos no pescoço. Essa movimentação pode resultar em fraturas na coluna cervical ou em lesão medular, caso não haja o apoio.
Pesquisa da marca sueca Volvo demonstrou que o sistema de proteção lançado pela empresa em 1998 reduz pela metade os efeitos das lesões por efeito chicote. Desde 2000, o dispositivo de segurança é item de série em todos os modelos da marca. Neste caso, o sistema de proteção suporta as costas e a cabeça se movimenta junto com o tronco. A posição alta do encosto é um dos fatores para a prevenção deste tipo de acidente.
De forma geral, nos consultórios também têm diminuído os casos de lesões cranianas depois da adoção do encosto. “Reduziu bastante o número de pacientes com pequenas lesões decorrentes de uma batida na traseira. Sem o encosto, a situação seria pior”, afirma o presidente da Comissão de Políticas Públicas da Sociedade Brasileiras de Ortopedia e Traumatologia (Sbot), Paulo Lobo.
“Tudo que é feito para evitar traumatismo é válido e a Sbot apoia todas as campanhas nesse sentido. Como ortopedista, eu digo que seria providencial se todos os carros tivessem o encosto também no banco do meio”, completa Lobo.
O analista do Centro de Experimentação e Segurança Viária (Cesvi Brasil) André Luís Horta está de acordo com Paulo Lobo. “É preferível ter o terceiro encosto e evitar o efeito chicote para todos os passageiros”, diz. Ele sugere, no entanto, que esse encosto possa ser retirado quando não estiver sendo utilizado, para melhorar a visibilidade do motorista.
Cuidados com o encosto de cabeça
> Certifique-se de que o apoio pode ser ajustado e travado de acordo com a altura da cabeça do passageiro. Caso contrário, em um acidente, ele pode se mover e deixar de evitar o efeito chicote.
> Observe também hábitos de passageiros que, ao sentar-se, apoiam as mãos no encosto, baixando-o.

Nenhum comentário:

Postar um comentário